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Unidos pelo sangue e pela farda



Ao ler a reportagem da Revista Aerovisão com o título que copiei acima, achei maravilhosa e mais um exemplo de vida em família para ser divulgado e servir de inspiração para muita gente. Além do irmão mais velho, dentro de uma família de sete filhos, quatro irmãos também seguiram a carreira militar na Força Aérea Brasileira, as decisões foram baseadas em determinação e estudo. Leia!

Por
Isis


 

 " Preciso de um palco. Sem ele não sou nada”. A frase do pianista e compositor francês de óperas Georges Bizet, autor de clássicos como Carmen e Ivan IV, sintetiza a vida de quem trabalha com música. Todo músico vive uma simbiose com o curto momento em que as luzes se acendem, a orquestra começa, a plateia se emociona e, no final, os aplausos são a sequência do fechar das cortinas. Assim, o Segundo Sargento Músico Paulo César Ramos Rezende, 32 anos, lembra que foi em um palco um dos momentos mais importantes de sua carreira como especialista de Aeronáutica. Em 2000, Rezende regeu a Banda da Base Aérea do Recife em um arranjo composto por ele, uma coletânea de choros. Quando liderou pela primeira vez uma banda de música da Força Aérea Brasileira só tinha um ano e meio de formado. “Foi um momento muito marcante para mim. As bandas da FAB são regidas por um oficial ou pelo graduado mais antigo e eu tinha um ano e meio de formado. Tenho muito orgulho em vestir o azul da Força Aérea. A música e a FAB transformaram a minha vida”, afirma Rezende. O clarinetista, saxofonista, arranjador e fotógrafo do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica tem uma trajetória na música que passa pela escolha da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), e o seu exemplo levou quatro de seus seis irmãos a seguirem a mesma profissão. Três deles são sargentos especialistas. O primeiro foi Jonas Luiz, 29 anos, seguido de Marta, 23 anos. Nathália, a mais nova, 22 anos, formou-se ano passado. Thiago, 26 anos, o quinto irmão da família Rezende que veste azul, escolheu ser taifeiro. 
História - A infância dos irmãos em Piabetá, distrito de Magé, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, era marcada pelas brincadeiras na rua, pelas aulas de música na igreja e pelas visitas à casa da tia para ver televisão. O pai de Rezende trabalhava como fiscal em uma empresa de ônibus e a mãe costurava para fora. O salário dos dois era reservado para as contas da casa e para a educação dos sete filhos. “Quando eu e meus irmãos éramos crianças, não tínhamos televisão em casa. Então, meu pai nos levava para a casa da minha tia. Uma das coisas que eu mais gostava era assistir as bandas de música dos desfiles de sete de setembro pela TV. Daí surgiu a minha vontade de ser militar. Então, com oito anos, fui estudar música com este objetivo”, conta o sargento Paulo Rezende. Aos 17 anos, Rezende dava aulas particulares de teoria musical quando passou no concurso da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), estudando em casa. A formatura na 208ª turma da escola foi em novembro de 1998. O aluno Rezende estudava arranjo nas horas de folga na escola, o que se tornou um hábito depois de formado. O que começou como hobbie virou mais uma atividade. Todas as bandas da Força Aérea Brasileira já tocaram um arranjo dele. “Trabalho para gravações e apresentações de shows ao vivo com cantores e orquestras”, explica o sargento músico. Além das bandas da FAB, orquestras no Brasil e no exterior, como a Caracas Jazz Big Band, já tocaram músicas com arranjos compostos por Rezende. São choros, bossa nova, tropicálias, frevos, versões de canções de musicais e coletâneas de artistas como Elton John e de bandas como Queen, em arranjos com toques particulares do músico da FAB tocados mundo afora. 
Irmãos - O músico e compositor austríaco Franz Schubert disse uma vez que boas composições surgem quando os autores se inspiram em algo bom. Schubert se referia à criação de novas melodias, mas a afirmação pode ser aplicada a outros exemplos quando eles têm a música como inspiração. O Segundo Sargento Jonas Rezende seguiu o mesmo caminho do irmão mais velho e optou por ser sargento da Aeronáutica. Além da formação de músico em trombone, fez o curso técnico em contabilidade e escolheu a carreira de Serviços Administrativos na Escola de Especialistas. Atualmente, o Sargento Jonas Rezende trabalha no Grupamento de Apoio do Rio de Janeiro (GAP-RJ). “Eu decidi ser sargento da FAB naformatura do meu irmão. Logo em seguida,
eu comecei a estudar trombone para fazer o concurso para músico. Mas, como iniciei tarde na Música, com quinze anos, sabia que a concorrência seria bem difícil. Então, optei por Serviços Administrativos, porque tinha o curso técnico em contabilidade”, lembra Jonas Rezende. As meninas seguiram o caminho de Jonas e optaram por cursar o técnico antes de entrar para a escola. Marta fez o curso técnico em administração, formou-se especialista em Serviços Administrativos e trabalha na Seção de Controle Interno da Prefeitura de Aeronáutica de Brasília (PABR), no Distrito Federal. Nathália escolheu o técnico em Enfermagem e atua no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Minas Gerais, no Esquadrão de Saúde Reforçado que atende à Guarnição de Aeronáutica no Estado. “Eu quis estudar na Escola de Especialistasdesde os dez anos, quando vi a formatura do meu irmão mais velho [Segundo Sargento Paulo Rezende]. A partir deste momento, passou a ser meu sonho também ser sargento. Foi a melhor decisão que já tomei na vida e com certeza faria tudo de novo”, conta Marta. A recém-formada Nathália lembra do incentivo dos pais e dos irmãos na época do concurso e na superação das dificuldades durante o curso, como as avaliações, a rotina militar e a saudade nas semanas longe de casa. “As lembranças que eu guardo da Escola de Especialistas são as melhores possíveis. Os galpões de especialidade têm uma estrutura muito boa, o ensino é de ótima qualidade e os instrutores bem preparados. Fazemos amizades para a vida inteira, conhecemos pessoas de vários lugares do Brasil. As amizades são um dos fatores importantes para superarmos as difi culdades que passamos quando aprendemos a rotina militar”, explica Nathália. Desde a escolha do Sargento Paulo Rezende, a vida mudou e vai continuar mudando para a sua família. Quando perguntado sobre o futuro na carreira, o compositor e maestro russo Igor Stravinsky respondeu que não vivia nem o passado nem o futuro, e que só podia se ater ao presente, porque o hoje era a única certeza que ele tinha. No caso dos irmãos da família Rezende, esta certeza do presente de vitórias vai guiá-los a um futuro promissor na carreira que escolheram, de especialistas da FAB. Seja na música, na administração ou na enfermagem."

Fonte Revista AERO Visão - A revista da Força Aérea Brasileira
Reportagem de Carla Dieppe/Talita Vieira Lopes



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